Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

sábado, 14 de outubro de 2006

Pró ano há mais

Ao turco Orhan Pamuk foi atribuído o prémio Nobel da Literatura. É sempre bom saber que os académicos de Estocolmo estão atentos a tão ilustres desconhecidos. E que o politicamente correcto, muito mais do que a literatura, é a pedra de toque da difícil escolha. Parece que o escritor - adicto de Istambul como Kavafis o fora de Alexandria, embora este não tenha sido nobelizado - tentou ligar o romance clássico europeu com o imaginário de cariz oriental. E que já tem uma vasta obra publicada, embora só duas obras o estejam em Portugal, "A Cidadela Branca" e "Os Jardins da Memória" (ed. Presença). E que se tem notabilizado por declarações polémicas sobre a repressão dos arménios pelo estado turco. Todavia, esta atribuição, como outras recentes, dá a ideia que obedece a um sistema de quotas - de género, étnicas, religiosas, geo-políticas - assaz estranhas ao mérito intrínseco da obra contemplada. Banalizando-se o prémio e o premiado. A Literatura, essa, está de saúde e recomenda-se.

PS. Bastante mais estimulante foi a atribuição do Nobel da Paz a Muhammad Yunus, fundador do Grameen Bank e criador do famoso micro-crédito, que já contemplou 2,4 milhões de clientes em todo o mundo.

2 comentários:

  1. Outr dia fiquei a saber que o Churchill ganhou o prémio Nobel da......Literatura. Passada a surpresa inicial, e depois de saber porquê - o homem escrevia mesmo bem - fiquei elucidado.

    ResponderEliminar
  2. Se já o deram ao Saramago e não à Sophia, ao Torga ou ao Lobo Antunes, está tudo explicado...

    ResponderEliminar