Foram muitos os milhares de funcionários públicos que, graças à manif convocada pela CGTP, entupiram Lisboa na Sexta-Feira. Mobilizados pelos profissionais do agit prop de Partido Comunista, transmitiram ao País uma mensagem precisa: "não queremos mudanças". São o rosto de um Estado gigantesco que tudo invade, porque tudo quer controlar. E a máquina necessária para o fazer, que se alimenta dela própria, tem gente por trás. Quem pagará o Estado providência? "Logo se vê", parece ser a resposta dos manifestantes. Ora, a medida da resistência dos funcionários públicos sinaliza a maior ou menor pertinência das reformas empreendidas pelo Governo. Tanto mais necessárias quanto maior for a contestação de determinados sectores. É que, vendo bem, manifesta-se quem pode. Quem vive realmente no limiar da pobreza - ou sobretudo quem não se enquadra nos perfis tradicionais da "luta de classes", ou da cartilha mediática - não tem quem pense por si. O mundo sindical, ao serviço das agendas partidárias, só quer saber do seu umbigo. As novas e inorgânicas formas de exclusão são-lhe completamente estranhas.
Este ano, no exercício da minha actividade profissional, já intervi em cerca de quarenta nomeações no ambito do apoio judiciário. Os honorários por este serviço não são pagos desde Dezembro do ano passado. Isto é, quer eu quer os meus colegas estamos a financiar antecipadamente um serviço que incumbe ao Estado assegurar. Que retribui desta forma. Portanto, se os cidadãos se manifestassem pelas SUAS razões e não por colagem às conveniências partidárias ou corporativas, talvez a história fosse seguramente outra.
Este ano, no exercício da minha actividade profissional, já intervi em cerca de quarenta nomeações no ambito do apoio judiciário. Os honorários por este serviço não são pagos desde Dezembro do ano passado. Isto é, quer eu quer os meus colegas estamos a financiar antecipadamente um serviço que incumbe ao Estado assegurar. Que retribui desta forma. Portanto, se os cidadãos se manifestassem pelas SUAS razões e não por colagem às conveniências partidárias ou corporativas, talvez a história fosse seguramente outra.
mas não foram só funcionários quem lá esteve. Se calhar não viu bem.
ResponderEliminarPois não, caro anónimo. Registo a observação.
ResponderEliminarA "luta de classes" no seu esplendor! Só que, ao longo da tradição das verdadeiras lutas operárias, havia sempre gente de ambos os lados da barricada. Neste caso, há os manifestantes e....o Estado. Está tudo dito acerca do país...
ResponderEliminarO Marx até deu umas voltas no caixão, ao ver esta "classe operária".
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