Ontem à tarde andei pela Serra. Escolho cirurgicamente os momentos para lá ir. Sem as sazonais avalanches turísticas, em dias luminosos, com o ar agreste a espreitar logo ao fim da tarde. A escolha foi, desta vez, especialmente feliz. Ao longo do tempo, tenho mantido com a Serra uma relação de um imenso respeito. Aliás, não digo isto por acaso: experimentem um dia ser apanhados no meio de uma trovoada no Covão da Ametade. Saberão então do que falo. Retomando a narrativa, gosto de ir descobrindo a Serra aos poucos, saboreando cada nova perspectiva como um triunfo, ou como uma dádiva de um santuário onde a naturalidade esmaga um artíficio que praticamente não existe. Ontem, descobri um troço rural alternativo à estrada principal, no vale glaciar do Zêzere. Para além de ter percorrido, pela segunda vez, o fantástico trilho da Rua dos Mercadores, junto ao Cântaro Magro.
Não resisti, mais uma vez, ao circo glaciário do Covão da Ametade. É um local mágico, onde o silêncio tem uma qualidade especial, cristalina. Uma espessura que nos recorda a nossa insignificância e, graças a ela, a nossa imensidão. O seu peso é tal que qualquer ruído ganha uma amplitude como em nenhum outro lado encontrei. Decidi que iria até lá acampar dois dias durante esta semana. E subir mais uma vez ao Covão Cimeiro. Mas sobretudo fazer o percurso deslumbrante até à Lagoa dos Cântaros - cuja forma é a de um coração - pelo caminho sinalizado com pedras sobrepostas. Chegado lá, só ouvirei decerto as rãs e o vento. E TUDO, mas mesmo tudo, parecerá um sortilégio distante em que é difícil acreditar.
Não resisti, mais uma vez, ao circo glaciário do Covão da Ametade. É um local mágico, onde o silêncio tem uma qualidade especial, cristalina. Uma espessura que nos recorda a nossa insignificância e, graças a ela, a nossa imensidão. O seu peso é tal que qualquer ruído ganha uma amplitude como em nenhum outro lado encontrei. Decidi que iria até lá acampar dois dias durante esta semana. E subir mais uma vez ao Covão Cimeiro. Mas sobretudo fazer o percurso deslumbrante até à Lagoa dos Cântaros - cuja forma é a de um coração - pelo caminho sinalizado com pedras sobrepostas. Chegado lá, só ouvirei decerto as rãs e o vento. E TUDO, mas mesmo tudo, parecerá um sortilégio distante em que é difícil acreditar.
É um prazer ler estes relatos. Deve ser um prazer muito maior percorrer esses caminhos... Abraço
ResponderEliminarCaro Pedro correia:
ResponderEliminarObrigado.
Boa sorte no "Corta-Fitas".