Os sindicatos ligados à função pública decidiram agendar mais um dia de luta para a passada sexta-feira, vulgo, mais uma greve. Vendo bem, até estava sol, e um dia de luta com as filas de trânsito junto às praias não seria problema. E mais não digo...
Já aqui referi algumas razões da falência social e política dos sindicatos, da sua situação de reféns de um modelo de actuação esgotado e minado por interesses puramente partidários e demagógicos. Por exemplo, quando estive na Inspecção Geral do Trabalho, era vulgar virem trabalhadores ao serviço informativo induzidos em erro pelo seu sindicato, uma vez que este, em caso de litígio, informava os associados dos níveis salariais do CCT para o sector onde eles fossem mais altos e não, como seria normal, daquele que era efectivamente aplicável no caso concreto. Coisas...
Ora, sabe-se que a taxa de sindicalização em Portugal anda na ordem dos 25%. Nos países nórdicos ronda os 75%. Mas aí são autênticos parceiros sociais: as propostas sensatas e credíveis que apresentam são invariavelmente tomadas em linha de conta, quer ao nível da negociação colectiva, quer ao nível das condições de trabalho nas empresas. Ao invés, aqui tornaram-se, em grande parte, estruturas de bloqueio com tiques corporativos e em permanente sintonia com a agenda política do Partido Comunista.
É certo que em Portugal também não há um tecido empresarial digno desse nome e uma parte significativa dos empregadores são pequenas e micro-empresas onde é comum o recurso ao trabalho clandestino. Mas isso será motivo para outro post.
Voltemos então a este glorioso dia de luta contra...ora deixem cá ver..."ó raquel, passa aí o bronzeador!"...
Não será pois de admirar que, qualquer dia, expeditivas técnicas de marketing - sorteios de panelas de pressão ou leitores de CDs portáteis, p.ex. - venham "encorajar" a parca militância dispendida numa auto-intitulada "jornada de luta contra as políticas neo-liberais". Vai um aposta?
a história do sindicalismo na europa continental tem uma raiz completamente diferente da dos países anglo-saxónicoa e escandinávia (trade unions), mas sobretudo da Inglaterra, pátria da revolução industrial
ResponderEliminarEgitano, isso não basta para explicar tudo
ResponderEliminarnão há dúvida que os sindicatos são meros grupos de pressão ao serviço do PC.
ResponderEliminarSabiam que no Japão se fazem greves em que, em vez de se parar de trabalhar, pelo contrário, trabalha-se ainda mais, pois isto desorganiza completamente a produção. Já imaginaram tal modalidade em Portugal? Mais depressa veria um porco a voar!!!
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