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quarta-feira, 23 de março de 2011

Bola ao centro

Na segunda feira à noite foi perpetrado um ataque contra a comitiva do Benfica que se deslocou a Paços de Ferreira, no regresso a Lisboa. Para além dos danos no autocarro, o carro de Luís Filipe Vieira foi "abalroado" por um saco de pedras, lançado do único viaduto não vigiado da auto estrada que liga a "capital do móvel" ao Porto. Daí resultando ferimentos ligeiros no Presidente do SLB. Para além da incidência criminal do acto - o qual configura claramente um crime contra a segurança de transporte rodoviário, com perigo de vida ou para a integridade física, previsto e punido no art. 290º, nº 2 do Código Penal - interessa ir mais além e deslindar a estratégia que está por detrás. Ora, o sucesso desportivo do Benfica na época passada provocou muito receio nas hostes da agremiação regional de Contumil, também chamado FCP. Receio de que duas décadas de medo, intimidação e fraude fossem suplantados pela simples verdade desportiva. Ou seja, ganham os melhores, sem fruta, sem favores e sem tráfico de influências. Esse receio foi rapidamente transformado em pânico. Pois que o retorno do "investimento" feito em duas décadas de impunidade ficaria muito aquém das expectativas. Que maldade! Então o que seria da rede tentacular? Qual o futuro da nebulosa montada para falsear resultados, outorgar regulamentos, inventar castigos, influenciar nomeações, comprar responsáveis do aparelho judiciário e político, determinar a progressão dos árbitros, impor jogadores à Selecção Nacional, "afastar" do caminho vozes incómodas, denegrir o Benfica e apoucar os seus dirigentes, manter uma corte de avençados sempre às ordens na comunicação social, enfim, ter como modalidade "desportiva" secundária a exploração de casas de alterne? O assunto era sério demais para o Papa e seus acólitos! O "sistema" tinha que se manter no activo e apresentar resultados, fosse por que meios fosse. Vai daí, antes de mais, importava assegurar a vitória na Liga. Que começou da forma que se conhece, com arbitragens altamente prejudiciais para o Benfica. É evidente que não explicam o mau arranque de época da equipa da Luz, mas deram o sinal de que o polvo estava de volta. O fosso pontual então cavado nunca mais viria a ser recuperado. Graças aos expedientes que se conhecem: arbitragens escandalosas amparando os resultados do FCP, com penaltis só para um lado, de modo que a Liga Sagres se poderia chamar, com propriedade, Penalti Cup; quando a perseguição do segundo ao primeiro estava a causar alguns sobressaltos em Contumil, a mui célebre palhaçada de Braga, que entrará seguramente para o livro negro do futebol em Portugal. Mas ganhar a Liga não bastava. Era necessário desestabilizar a equipa, de que os elogios do padrinho a Jesus é um bom exemplo. Criar um ambiente de hostilidade contra o Benfica nas restantes equipas, mediante empréstimos de jogadores pro bono e infiltração de agentes provocadores. Mas, sobretudo criar um clima de guerrilha verbal e física, elevar a temperatura até níveis escaldantes. O propósito é claro. Provocar incidentes entre os adeptos e equipas no próximo jogo da Luz. De modo a que o Benfica seja associado à violência e práticas anti-desportivas e veja o seu estádio interditado. Forçando assim a que a meia-final da Taça de Portugal se jogue em campo neutro. Na blogosfera benfiquista e não só, têm-se amontoado, faiscantes, palavras como vingança, lei do Talião, batalha campal, "dar-lhes" forte e feio, promessas de "tirar a tosse" e outros mimos. Vamos lá ter calma, pessoal! Não entrem num jogo com regras viciadas! Não caiam na armadilha montada por quem se sabe. Bem sei que a indignação é muita. Mas é nestas alturas que a contenção saberá marcar uma diferença, diria, civilizacional. 
Ao que parece, em Braga, mas sobretudo no Dragão, quando o speaker apresenta as equipas, refere-se sempre ao Benfica como o "adversário". O intuito provocatório é óbvio. Mas é importante que os benfiquistas saibam declinar tão amável estatuto. Pois, como diz acertadamente  Diego Armês no "227218" (por sinal um dos meus blogues preferidos do universo benfiquista), é bom  acreditar que, «num mundo normal, "o adversário do Porto" só pode referir-se a uma equipa da PJ ou a um colectivo de juízes».

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