Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Uma vitória a sério, várias a brincar e uma promessa

Remexendo no rescaldo eleitoral, algumas breves conclusões:
a) no Facebook e nas televisões, seguindo o "bom povo da esquerda", através dos seus porta-vozes opinativos, a vitória moral foi obviamente sua. Evidência amparada por várias conjunções adversativas e advérbios relativizadores. Que intercalam amíude os apelos milenaristas costumeiros, com destaque para o anunciado fim do estado social e do ensino público, entre outros delírios. b) o expediente catastrofista, se já foi razoavelmente útil nos idos de 80, pelos vistos, não convenceu ninguém durante esta campanha eleitoral e nem uma pedra comoverá neste cenário pós-coital. c) de resto, todos tiveram direito à sua vitoriazinha, mesmo os entusiásticos comunistas, graças à habitual sofística aritmético-compulsiva, muito esforçada nestas alturas. d) o sinistro Louçã envolvendo o cabisbaixo Alegre num abraço mefistofélico: uma imagem para a posteridade. e) a “proeza” do candidato-poeta em arrecadar menos votos do que em 2006; f) os números da abstenção, que nada decidiram, mas que devem ser motivo de reflexão; g) a vergonhosa inoperância dos serviços da CNE, o que impossibilitou muitos cidadãos de votarem por razões burocráticas; h) ah, já agora, ganhou Cavaco à primeira volta! i) Fora isso, o único verdadeiro acontecimento foi a brecha aberta por Nobre na vida política nacional, o “cavalo” em que apostei nesta corrida. Esse caminho, só agora iniciado, será árduo, mas profundamente apaixonante e crucial para o país. Juntará a urgência e a maturação de um saber num referencial inclusivo e proactivo. Que reunirá, à margem dos partidos, o que a sociedade portuguesa possui de mais dinâmico, audacioso, íntegro e esclarecido. Mas que, por enquanto, se considera sub-representado no actual sistema político-partidário. Em suma, o desafio nacional desta década.

Sem comentários:

Enviar um comentário