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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

a Tia foi à maTa de moTa

Segundo foi anunciado, amanhã o Prof. Malaca Casteleiro virá ao Instituto Politécnico da Guarda, onde proferirá uma conferência, intitulada "O novo acordo ortográfico". Como é sabido, o académico é o artífice principal do mencionado acordo. Que, pelos vistos, não perde uma oportunidade para defender a sua dama. Ou seja, caucionar cientificamente decisões políticas tomadas previamente por quem o contratou para a "empreitada". Ora, como já foi expresso pela opinião pública contrária ao acordo, para além da eminência, dos "especialistas" que coadjuvaram no cozinhado e dos zelotas politicamente correctos do costume, ninguém compreende a necessidade do aludido "acordo". Nesta nota da minha página do Facebook encontrarão uma súmula dos argumentos que utilizei ou transcrevi neste blogue, em defesa da preservação da língua portuguesa.  Para que conste, NUNCA irei respeitar a nova norma, que irei combater por todos os meios. Sucede que deixei um comentário noutro blogue acerca do tema e da referida conferência. Logo uma "especialista" (que não conheço de lado nenhum) veio à carga, chamando-me (e aos críticos do Acordo) "ignorante" e desconhecedor dos "princípios orientadores e basilares das novas teorias", alvitrando mais à frente que "talvez nem nunca me tenha dado ao trabalho de as ler". Claro que, quando se trata deste tipo de argumentário, quem o esgrime possui quase sempre o dom da infalibilidade e da omnisciência. À falta de outras armas, procuram contradizer os argumentos contrários diminuindo os seus autores. No fundo, para mim, são velhos conhecidos. Que assumem inúmeras formas, qual delas a mais caricata. Desta feita, caso invulgar, respondi à comentora no lugar próprio. Sugerindo, entre outras coisas, que esta se informe melhor sobre o que sobre o assunto já tornei público e que a humildade e a civilidade são sempre boas companheiras nesta azáfama do espaço público. Para Lá do que foi dito, subsiste ainda um ponto fundamental. Ou seja, qualquer língua  é um corpo móvel, permanentemente reinventado e quase sempre auto-determinado. As transformações acontecem naturalmente, como uma espécie de resposta a diferentes ambientes e condicionalismos. Não é um assunto de especialistas, pois interessa a todos os que a falam e, por isso mesmo, são os seus únicos intérpretes. Quando aparece um grupo de académicos a fazer esse trabalho em representação de todos, algo está mal. E quando os seus postulados são seguidos cegamente pelas legiões de sub-académicos que "acham muita piada" às sumidades que, nos seus gabinetes, decretaram o futuro da português, como é o caso da comentadora, então a situação é trágica. À semelhança de milhões, a língua portuguesa é a minha ferramenta primordial de trabalho, a minha janela para o exterior, a cifra que me permite descodificar o mundo. Está fora de causa aceitar que um punhado de "especialistas" legislem, sem qualquer justificação, sobre algo tão precioso e inconspícuo.

3 comentários:

  1. Gil> n\ao te rales muito. Deve ser daquelas gajas que tirou o curso em universidades de 3" categoria e que tem como preocupacao principal n\ao dar erros nos relatorios escolares. aqui ]e dificil porque o teclado n\ao ajuda nada...

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  2. muito bem. este "acordo" é um absurdo.

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  3. ILC contra o Acordo Ortográfico: http://ilcao.cedilha.net/

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