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sábado, 20 de novembro de 2010

A pastelaria (1)

De acordo com uma notícia da SIC, as lojas da Baixa de Lisboa estão a proteger as suas montras devido aos protestos anti-NATO. Cabe perguntar: serão estes os pacifistas de que o Bloco tanto gosta? Aposto que a sua porta-voz televisiva mais qualificada, a ciclotímica regateira Joana, não vai conseguir dormir por estes dias. Sabem porquê? Os sonhos lúbricos vão-se suceder, como uma vertigem. Povoam-nos jovens audazes, barbudos, mascarados, de pau na mão, vestidos de preto com roupa desenhada por costureiros da causa. Argonautas intrépidos, e-trogloditas, neo-ludditas e por aí adiante... Nada de quasímodos tropicais com sabor a charuto! Que ideia! Trata-se de tribos criadas no seio do bem-estar, que tresandam a ócio, mobilizadas para a violência pura e dura. Todavia caucionada pela esquerda do costume como "acção de protesto". E que ninguém toque no assunto! Os mesmos que, em vez de entrar na pastelaria e dizer que o leite está azedo, seguindo a sugestão de Cesariny, preferem partir a montra sem aviso. E assim estragar a vida de quem verdadeiramente luta e trabalha. Ou de quem gosta simplesmente de um pastel de nata bem quentinho...

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