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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

E pronto...

Hoje é dia de greve geral. Acredito que muita gente tenha razões para estar descontente. E cada um terá as suas. Mas será esta a forma certa de o demonstrar? Os sindicatos tentaram alguma negociação política prévia? Ainda não perceberam que a hora é de austeridade? Aprenderam alguma com os seus congéneres do norte da Europa, predispostos à concertação, mesmo que ela retire benefícios, se o interesse nacional o justificar? Por esse motivo, lá são considerados verdadeiros parceiros sociais, e não instrumentos de interesses político-partidários. Agora pergunto: se há motivo para tal, porque não partir para a desobediência civil? Porque não romper o contrato entre representantes e representados, ou ir mais longe? Não creio que seja desta forma que algo vá mudar. E os especuladores financeiros agradecem...

6 comentários:

  1. de austeridade para quem? para os donos dos 115 mil milhões de euros que saíram de portugal para off-shores nos últimos 9 anos?

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  2. De austeridade para quem andou a viver acima das suas necessidades. Especuladores, corruptos, políticos pouco sérios, presidentes de clubes corruptos, tipo FCP, sindicatos e os sacrossantos "trabalhores", inclusivé. Todos. Ou será que a realidade é a preto e branco? Xau.

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  3. a média de salários nos distritos de Castelo Branco e Guarda anda em redor dos 650 euros. Devem ser estes os que andam a viver acima das suas possibilidade. Não os outros, aqueles que ganham 4 milhões de euros por dia e pagam apenas 4,9% de impostos!

    Quanto à referência ao FCP, parece-me fora deste filme...

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  4. Não sei quem são os outros que ganham 4 milhões por dia e pagam apenas 4,9% de impostos. Aliás, duvido que alguém saiba, para além do comentador. Mas convenhamos que não era preciso exagerar, não acha? Este discurso ao estilo do fórum TSF, tipo "eles são todos uns malandros", "cambada de vigaristas", sempre os "eles", sempre um bode expiatório para apontar, já começa a fartar. Há injustiças? Há. É preciso diminuir as disparidades salariais? Sim. Redistribuir o rendimento sob a forma de prestações sociais pertinentes e de qualidade? Sem dúvida. Mas nada disso se pode fazer sem a confiança dos investidores, sem a inovação e sem criação de riqueza. Com a lengalenga do coitadinho é que não sairemos do mesmo sítio. Vale?

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  5. A banca privada portuguesa, no seu conjunto, ganhou no ano passado 4,1 milhões de euros por dia, tendo pago apenas 4,9% no total de IRC. São dados da Associação Portuguesa de Bancos. São esses os "outros". É evidente que sabia de quem se falava, e se continuar duvidar que alguém saiba, poderei pormenorizar todos os números do roubo, por trimestre, se necessário.

    Investimento, inovação e criação de riqueza? De acordo. Acrescentava apenas: produção. Creio que nisso estamos mesmo de acordo. A questão é ter a coragem de implementar mecanismos que equilibrem aquilo que a circulação selvática de capital tende a extremar.

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  6. Sim, mas esses mecanismos só fazem sentido se forem encarados globalmente.

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