Em qualquer país do hemisfério ocidental, em circunstâncias idênticas, já o actual Procurador Geral da República se teria demitido. A sucessão de trapalhadas desde que o inquérito do caso "Face Oculta" lhe caiu em cima da secretária, proveniente de Aveiro, em Junho, vão desde a simples incompetência à ignomínia. Passando pela mentira descarada. Como é possível que os principais visados nas escutas então em curso tenham, logo no dia seguinte à recepção dos autos, trocado de cartão telefónico - mencionando expressamente o facto de terem tido conhecimento nessa data que estavam a ser escutados, segundo as conversas divulgadas pelo "Sol" - sem que nenhuma responsabilidade pela fuga de informação tenha sido imputada a Pinto Monteiro? Como se explica que tenha negado sempre que tenha havido pressões do procurador Lopes da Mota para com os investigadores - uma estrela de primeira água da constelação rosa que cintila nas instituições judiciais, onde os favores de ocasião e a produção legislativa encomendada ad personae são a regra (vejam-se algumas alterações constantes da última reforma do Código de Processo Penal, que vieram mesmo a calhar à "Fatinha" de Felgueiras) - mesmo depois de o magistrado ter sido afastado da Direcção do Eurojust, devido à comprovação de essas pressões terem mesmo sido feitas? Como aceitar, por fim, que Pinto Monteiro tenha afirmado por várias vezes aos jornais que Sócrates seria absolvido no caso Freeport? E numa altura em que ainda decorria o inquérito!!! Pressões sobre os magistrados que dirigiam a investigação? Que ideia! O facto de Sócrates não ter sido inquirido no caso, devido à magistrada Cândida Almeida, directora do DCIAP, não ter emitido despacho em tempo útil, é o cúmulo do servilismo. Confesso que, no inicio, a figura me era simpática. Não só por ser originária do distrito da Guarda, mas sobretudo pelo corte que, acreditava eu, representaria com o passado. Mas depois, foi o que se viu. Portanto, só há que dizer: "Demita-se, senhor procurador! Não tem outra saída!"
Caro António
ResponderEliminarUm texto magnífico.
Este é dos tais que se devia ter demitido antes de tomar posse.
Um abraço,
mário
Caro Antonio
ResponderEliminarEste é um texto "made in PSD" igual a tantos que por filiação ou tarefa se tem de cumprir.É igual a tantos outros que aparecem nos jornais "amigos" onde o odio a tudo o que não seja PSD é estupidamente flagante.
Um abraço
R Cardoso
caro Antonio.
ResponderEliminarFala de "cumulo do servilismo" mas não fala dos "Torquemada" como os procuradores que foram fazer figura de refinados filhos da mãe.
Um abraço
R Cardoso
Caro R. Cardoso
ResponderEliminar1. Só publiquei os seus comentários para que o público aprecie in loco como uma adjectivação pobre, ao serviço da "situação", não consegue suprir, mesmo com uma enorme boa vontade, a míngua de argumentos e de ideias que rebatam as minhas. Nada de novo, portanto. Só que neste caso particularmente edificante.
2. Neste blogue cultiva-se a irreverência, a coragem e o não alinhamento. Aqui não há textos "made" onde quer que for. Ou fretes. Muito menos em/para directórios partidários. Enganou-se pois no alvo. Temos pena. Entretanto, vá forrando as paredes da sua casa com posters do Sócrates. Até pode ser que lhe saia a taluda.
Cumprimentos
É bom não esquecer que o PGR tem os mesmos poderes da Rainha de Inglaterra, segundo ele próprio disse. Se o ridículo matasse...
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