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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Antes toupeira do que rato

Muitos jornais e revistas já adoptaram a nova grafia decorrente do acordo ortográfico. Essa calamidade neo colonial que alguns têm como progresso. E essa "adaptação" foi efectuada sem qualquer estudo de opinião ou inquérito prévios. Indagando justamente qual a posição dos leitores face às modificações a introduzir. E repare-se, antes mesmo de ter sido fixada uma norma padrão de carácter oficial, optando por uma das várias possibilidades que o "acordo" concede em certos casos. Para mim, tudo isto tem um efeito devastador. Origina logo uma reacção pavloviana. Ou seja, a sensação de estar a ler uma publicação com grafia do Brasil provoca um indizível mal estar, tonturas, vómitos e convulsões. Que só param graças a um reforço positivo. Ou seja, deixar imediatamente de ler o artigo.

3 comentários:

  1. Este servilismo neo-colonial anoja.
    Um abraço,
    mário

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  2. Esta coisa do acordo é sobretudo surpreendente no sentido de que foi mal feita. Eu até nem disputo a necessidade de unificar a língua, enfim, se insistem... zzz Mas o que me parece extraordinário é a falta de preparação que depois nos deixa a todos ainda menos dispostos à mudança. Declara-se a coisa, depois não há livros, depois os jornais não sei quê, os filmes não sei que mais, temos 300 anos para aceitar, morrer ou sufocar. O software não está adaptado, o mundo da tradução está agora convencido que falamos todos a mesma língua e portanto é irrelevante. No outro dia recebi duas mensagens no mesmo dia. Um cliente dizia "Não adoptar", outro dizia "É para o Brasil, mas como a língua foi unificada..." É mau e entediante. Entretanto aposto que há uma geração inteira de malta a fazer dinheiro à custa de auditorias e consultadorias e comissões de apoio... Enfim. Paula

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  3. Paula, para lá das questões teóricas do debate prévio à ratificação do acordo, são esses problemas que apontas os que realmente me preocupam no momento. Certo também que o caos já instalado só vai beneficiar pequenos nichos. Enfim, a confusão generalizada, à boa maneira lusa.

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