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domingo, 11 de julho de 2010

Pois não ouves a minha alma vestida de silêncio?

Recuso os sonhos que te ignoram e os desejos que não possas despertar. Não quero fazer um gesto que não te louve, nem cuidar uma flor que não te enfeite; não quero saudar as aves que ignorem o caminho da tua janela, nem beber em ribeiros que não tenham acolhido o teu reflexo. Não quero visitar países que os teus sonhos não tenham percorrido como taumaturgos vindos de fora, nem habitar cabanas que não tenham abrigado o teu repouso. Nada quero saber de quem te precedeu em meus dias, nem dos seres que aí permanecem.

Carta de Rilke a Lou Andreas-Salomé

1 comentário:

  1. Gosto da poesia do Rilke e os Cadernos de Malte são um dos livros que mais gostei de ler, mas a visão que ele tinha das mulheres é um bocadinho irritante. Demasiado abstracta e idealista. Aposto que nunca tocou na Salomé!

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