O arquétipo generosamente esculpido do espertalhaço, que arrecadou uns fundos na formação no "bom tempo", o suburbano da roulotte na Caparica, o tal da sardinha assada, o que fala alto na tasca da sua agremiação mas baixa as orelhinhas com o "Senhor Doutor", o tal que montou uma empresa de sondagens, depois de alguém lhe ter explicado que não eram furos artesianos, o que já mexeu no "meio" sindical, cujo patois vai soletrando, à mistura com um arremedo de discurso tecnocrático que copiou dos "empresários", os quais sempre invejou secretamente, capataz inconfessado, o mesmo que enche a boca com palavras como chairman e cluster e que associa a bebidas requintadas, o tal que tem um primo no Ministério, o tal que sabe umas coisitas de relações de trabalho e pequenas manigâncias reivindicativas, que agitou umas bandeirinhas na era do aquário, o bacano que se vai safando, que manda uns bitaites esclerosados, que defende as suas cores na TV com a desfaçatez dos ignorantes, o tal que, mal abre a boca, não consegue esconder uma langue de bois do tamanho das suas gravatas... SIM, ecce homo!
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