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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Mãos limpas

O estado de graça socrático é cada vez mais um prefácio longínquo a uma nota de rodapé da III República. Ou seja, já nem sequer um chão que deu uvas. Agora, nem os Abrantes & Cia, - nem os spin doctors às ordens do "chefe", nem a marcação à zona das vozes livres incómodas, a cargo dos factotum rosinhas, "encorajados" com um simples osso, o acesso sem restrições à gamela, apetitosas sinecuras nas empresas públicas e na Administração, os tais que se acotovelam nas redacções e nos mentideros oficiosos, com ramificações na província e em sectores chave onde a informação é a seiva de cada dia, por supuesto, - "agora e na hora da sua morte" irão salvar o "1º". Entretanto, acontece o esperado: num impulso gregário digno de note, este resolveu convocar as hostes, encenar uma série de reuniões do politburo socialista e adjacências úteis, onde se adivinham agraciações feromónicas com dimensão norte-coreana. Para salvar o pescoço, nada como arrastar quem está à volta para a mesma voragem corruptora, para o limbo da impunidade e da negação como impulso básico da auto-preservação. Sabem qual era a password do PC de Rui Pedro Soares - um dos boys de Sócrates, trazido pela mão de Perestrello, agraciado como administrador executivo da PT com um salário anual de 2,5 milhões de euros, um dos principais envolvidos na operação TVI -, autor da providência cautelar contra o jornal "Sol"? Pois bem: "SÓCRATES 2009". Lindo! Como é belo o amor em Portugal!

2 comentários:

  1. Falaste e bem nas ramificações da província. Na Guarda, o exemplo maior de condicionamento pró governamental socialista não será a Radio Altitude?

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  2. Caro anónimo, lamentavelmente não sei responder à sua questão... Acontece que, em matéria de rádio, só ouço estações musicais temáticas em streaming, a RDP2, a TSF e a RNE 3 espanhola. Seja como for, apesar de metade da cidade já ter sido convidada para escrever crónicas para a RA, comigo isso nunca aconteceu. Um sinal de que, pelo menos, as vozes heterodoxas e não institucionais não são por lá apreciadas...

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