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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A irmandade da sucata


O Supremo Tribunal de Justiça acaba de declarar nula a transcrição de uma conversa telefónica entre Armando Vara, arguido do processo Face Oculta, e o primeiro-ministro, José Sócrates, por considerar que a gravação da mesma necessitava de autorização deste tribunal superior. A decisão baseia-se numa disposição da lei processual penal, segundo a qual o PM, à semelhança do PR e do Presid. da A.R., responde perante o Supremo. Neste caso, o STJ considerou que a recolha de meios de prova está incluída nessa prerrogativa. A lei é estúpida? É! Cria um obstáculo à celeridade de uma investigação desta envergadura? Sim! A mais elementar prudência não aconselharia, ao invés, que Noronha do Nascimento ratificasse a transcrição? Claro! Tanto mais que se está em pleno período eleitoral naquele órgão e as suas recentes declarações sobre investigação criminal só nesse âmbito podem ser entendidas...
Ora, as notícias dão conta de que Sócrates, nessa conversa com Armando Vara, averiguou soluções para o "amigo Joaquim". E quem é o "amigo Joaquim"? Pois bem, o proprietário de um conhecido grupo de comunicação social muito "amigo" do PS e do Governo. Não se sabe em que ponto entraria o sucateiro Godinho nessas soluções. O mesmo que parece pairar por cima de todos os negócios que envolvem certas empresas públicas, qual Quasimodo incinerador, o factotum do trabalho sujo, o canalizador avençado sempre à disposição no quintal das traseiras do regime.

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