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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O trigo e o joio

"A vitória [do PS ] foi em especial sobre as expectativas nos media. (...) Comentadores como Constança Cunha e Sá e Sousa Tavares, que contribuem ultimamente para um tom mais socialista da "nova" TVI, diziam às 20h45 que não se devia fazer "leituras nacionais", mas rapidamente alteraram a sua opinião quando se verificou a subida do PS em número de câmaras. Rodadas pelas eleições anteriores, as três TV fizeram um bom trabalho. (...) Houve apenas o habitual parolismo tecnológico, desta vez a cargo de José Alberto Carvalho (RTP), mostrando um operador de câmara num Segway, o que, aliás, não trouxe vantagens no dispositivo comunicacional da RTP. O aspecto mais negativo das emissões é a habitual falta de senso dos repórteres quando se amalgamam nos mesmos locais. Perdem a perspectiva da relevância jornalística e política. Intervêm para dizer minutos a fio que Fulano ainda não chegou, que Sicrano continua no 13.º andar. A patetice chegou ao ponto do repórter da SIC perguntar a Santana Lopes se ele se deslocava na rua para ir à casa de banho. O longo processo eleitoral desde Junho veio acentuar a crescente pobreza dos comentadores das TV, nomeadamente da SIC e TVI. O que mais impressiona é que há vários muito mal preparados. Não estudaram os resultados das eleições anteriores, não conhecem nada ou quase nada das autarquias, acompanharam pouco ou nada a campanha, quase nada acrescentam de politicamente relevante. A crescente exigência da sociedade e dos espectadores e leitores exige mais preparação e mais qualidade, não apenas no dispositivo técnico e jornalístico, mas também nos painéis de comentadores. "

Manuel Cintra Torres, no "PÚBLICO" de hoje

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