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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Os novos fariseus

De acordo com a imprensa "da situação", parece que o Bloco de Esquerda foi o grande vencedor das recentes eleições europeias. Sempre com os media nas palminhas e com o beneplácito dos comentadores do regime, esta força política é bem capaz de se tornar a grande responsável pela ingovernabilidade do país a médio prazo. É bom recordar que o BE é um partido cuja espinha dorsal são antigos elementos da UDP (estalinistas) e do PSR (trotsquistas). Muitos dos seus dirigentes nacionais e locais não perderam os tiques controleiros. Basta dizer que o chefe da banda do BE na Guarda é um aparathnik típico, inimigo declarado da cultura, conhecido por dirigir críticas populistas à principal instituição cultural da cidade que envergonhariam a direita ultramontana. A pós-modernidade é, pois, unicamente uma fachada com objectivos precisos: conquistar votos ao PS e paralisar uma governação à esquerda. As correntes realmente modernas, libertárias, new age, a defesa do ambiente, as novas utopias da Rede, o que ficou do situacionismo, a real autonomia dos indivíduos, são para o Bloco realidades hostis, desprezíveis. O seu programa é destruir. O seu modus operandi é atacar tudo e tudos, de forma demagógica e arruaceira. As suas propostas políticas são invariavelmente irresponsáveis e despesistas. Acaso exercessem funções governativas, o país entrava em bancarrota no primeiro mês. Graças à destruição do tecido empresarial, à quebra brutal do investimento, à assistencialização forçada da população, ao aumento dos impostos, ao aumento da despesa pública, na voragem de um estado-providência sem qualquer correspondência no aumento do PIB, ao desperdício como nota dominante na Administração Pública, à criação de uma polícia de defesa e vigilância do politicamente correcto. No fundo, uma espécie de neo Inquisição, com o Daniel Oliveira como novo Torquemada. Assim, se alguém festejasse o Natal publicamente, apareciam logo os zelotas bloquistas, dando voz de prisão, pois os irmãos muçulmanos poderiam ficar ofendidos... Um verdadeiro pesadelo pós-moderno!

4 comentários:

  1. [no comments] política à parte, abraço.

    P.S. Parece que quando esses tempos do futuro chegarem, estaremos em guerrilhas opostas... ;-)

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  2. Para amenizar a contenda, fica o Benfica e a poesia. Um abraço.

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  3. A mim parece-me que o be se assemelha a um alpinista cuja meta é sómente o cume, sem estratégia, sem ideologia definida, enfim, como alguém já definiu (e bem!) uma "amálgama de coisa nenhuma".
    Mas estes alpinistas convêm ao capital, daí que a imprensa se empenhe em apaparicá-los escandalosamente e , claro, o be na ânsia da escalada agradece...
    Sílvia

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  4. Estou a imaginar o padre Louçã no cimo do monte, de megafone em punho - como um bom esquerdalho monista, isto é, entre os que buscam a eliminação redentora daquilo que é essencial às sociedades, ou seja, o conflito - apelando à congregação das massas, à vitória final, porque, porque... porque sim, então! E o Fazenda sentadinho a meio da encosta, a arfar, como aqueles putos gorduchos que "rebentam" a meio da corrida na aula de educação física. O Oliveira, esse chegou de helicóptero, vestido de árabe e com um livrinho do Chomsky debaixo do braço...O Portas ficou na tenda a fumar um charro. Ao fim ao cabo, o único sensato...

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