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quinta-feira, 12 de março de 2009

Quem casa, casa, quem não casa, não casa!

A notícia vem no "Público". Trata-se do debate ocorrido na AR sobre o projecto socialista que pretende regular as uniões de facto. Os argumentos de parte a parte resumem, de forma lapidar, os motivos do meu posicionamento político cada vez mais heterodoxo. Num tema onde os floreados retóricos pouco pesam, é quase em piloto automático que se toma posição. Pois bem, se há coisa que não suporto é esta fúria regulamentadora da esquerda, sempre a meter o bedelho em tudo, sobretudo na vida privada dos cidadãos. Leia-se a notícia com atenção. Repare-se na suprema pérola de poder ser passado um "papel" a atestar a união de facto, para determinados efeitos. Papel esse que as pessoas que optaram por viver em união de facto quiseram precisamente evitar. As hordas jacobinas querem pois criar uma espécie de "casamento de segunda", com papelada qb e o fisco a afiar o dente. Esquecendo o mais óbvio: quem não quer o casamento é porque não pretende os seus efeitos típicos. Mal de nós se o Estado vem "oferecê-los" pela porta das traseiras. É preciso fazer um boneco? A actual lei, ao atribuir determidos benefícios e regalias a nível fiscal, securitáririo e sucessório, já me parece bastante equilibrada. Mas as vanguardas fracturantes querem sangue! Ou seja, o bom senso manifestado pelos deputados que defenderam uma posição semelhante à que aqui proponho levou a que fossem imediatamente apodados de "retrógrados" e tal. Nesta, como noutras questões, quem defende afinal a liberdade na sua plenitude? É quem a quer "graduar", ou quem a entende como um bem irredutível? Confesso que cada vez tenho menos paciência para quem se esqueceu das autênticas reformas e prefere a fuga alucinada para a frente. Até ao precipício final.

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