A ofensiva política de Sócrates, já a pensar na pré-campanha para as europeias, arrancou este fim de semana. Os alvos são óbvios: o PSD e a sua líder. O soundbite eleito foi este: a oposição ficou sem programa porque o pensamento único do neoliberalismo faliu. Sócrates no seu melhor: colocar as responsabilidades da crise no exterior, vislumbrando uma espécie de orfandade nas forças políticas à sua direita; aligeirar a carga da sua governação "televisiva", colocando-se na posição de único paladino contra as tenebrosas forças neoliberais indígenas. Um belo naco de ficção, em verdade vos digo. Capaz de enganar os tolos e os amantes de papas. Ficam as perguntas: alguém de boa-fé acredita que o neoliberalismo em Portugal foi algo mais do que um nicho blogosférico, académico e de num certo mundo empresarial, capaz de animar alguns think tank, duas ou três publicações e alguns janotas? O facto de a demissão cívica, a permissividade administrativa e o terrorismo fiscal encorajarem a proliferação de espertalhaços ganaciosos e sem escrupulos, faz deles neoliberais? Não brinquem com coisas sérias, por favor! Algum dia o PSD usou as vestes do neoliberalismo, a não ser por conveniência táctica? No entanto, Sócrates continua a atirar areia para os olhos dos incautos. Os tempos estão difíceis e cada votinho contra. Ora pois!
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