O grupo descreve a sua música como “uma viagem festiva pela música klezmer, abraçando também momentos mais delicados e intimistas. Uma viagem pela tradição judaica, unindo aromas árabes, ritmos ciganos, e momentos de simples “bate-o-pé”, de Hungria a Israel, dos Balcãs a Nova Iorque. Uma enorme festa não aconselhada a quem tem problemas de coração!” Quem já assistiu a algum dos seus concertos decerto se revê nestas palavras. A sua sonoridade é tributária, em grande medida, da música Klezmer. Trata-se de uma tradição musical judaica, nascida na idade Média, nos ghettos da Europa de Leste, onde trovadores judeus, conhecidos como “klezmorim”, tocavam em festas e casamentos. Inspirou-se em melodias seculares, danças populares e liturgia judaica. Em contacto com outros povos e outras tradições musicais, os “klezmorim” adquiriram novos modelos de composição, novos temas, ritmos irregulares, dissonâncias e um toque de improviso que tornaram esta música facilmente reconhecível e apreciada no mundo inteiro. À boleia de uma onda revivalista enquanto música de dança. Como se esperava, o grupo veio para aquecer a audiência, numa noite particularmente fria. E conseguiu-o, em certa medida. Executando cerca de uma vintena de temas, metade dos quais compostos pela banda e outros de origem popular. Pese a tradicional resistência inicial do público local a grandes agitações, lá para o fim viu-se uma adesão notável aos sinais que vinham do palco. Criando-se uma sintonia notável entre os vários actores da sessão musical e proporcionando um ambiente festivo e cúmplice. Que é, ao fim ao cabo, a razão de ser desta sonoridade que não deixa ninguém indiferente.
Publicado no jornal "O Interior", em 4 de Dezembro
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