Reflexões, notas, impressões, apontamentos, comentários, indicações, desabafos, interrogações, controvérsias, flatulências, curiosidades, citações, viagens, memórias, notícias, perdições, esboços, experimentações, pesquisas, excitações, silêncios.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O beco


O que quer realmente este homem? Esticar a corda até alguém a largar do outro lado? Atracar o cacilheiro da saga da resistência ao albigense Louçã? Ganhar o prémio do sempre em pé que dá jeito a Sócrates, porque o país o julga acolitado de companhias tão recomendáveis? Continuar de forma masoquista dentro do PS, sem perceber que esta força política tudo fará para conservar o poder sem olhar a meios? Reeditar um frentismo para inconfidentes? Ser o arauto de um neo PRD dos desiludidos e não dos desfiliados? Este homem traz consigo um humanismo pungente e uma voz quente e tonitruante, é certo. Mas corre o risco de se tornar o idiota útil de Louça, depois de ter sido a um tempo a caução esquerdista de Sócrates. O negócio parece ser este: Alegre agiliza a transferência das suas "bases" para ambiências bloquistas; por sua vez, Louçã fornece a logística e a estridência programática. Um bom negócio para ambas as partes, ao que parece. Mas péssimo para quem não prevê nada de novo nesta Plataforma. Pouco mais do que um prolegómeno para um realinhamento que não é para levar a sério. Um lance táctico destinado a suprir uns buracos do cenário provável de um PS sem maioria absoluta nas próximas legislativas. Claro que há um défice de representação política na sociedade portuguesa. À esquerda e à direita. Claro que os partidos enfraquecem dramaticamente a luta política e a democracia. Claro que promovem a mediocridade e "matam" a política. Mas será este homem que irá mudar alguma coisa?

Sem comentários:

Enviar um comentário