João Tunes, a quem saúdo, acaba de comentar no seu blogue, de forma bem disposta e simpática, um texto meu intitulado "Há coisas que não mudam". Onde fiz uma espécie de ponto de ordem, a partir de aparentes paradoxos. Ora, numa coisa está enganado, meu caro: não ando com companhias pouco recomendáveis, como afirma em jeito irónico, nem elas estão todas do mesmo lado. Acontece que nesse texto falava de ideias. E de que nem sempre aquilo que parece é mesmo, quando se quer ir um pouco mais além. Verifico que muitas dessas ideias que tenho acolhido, foram criadas e desenvolvidas por autores de outros séculos e outra geografia. Por outro lado, a imagem do mata-borrão, embora sugestiva, que aplica para ilustrar um trajecto intelectual que creio dinâmico, não me parece a mais apropriada. Se tivesse empregue a alegoria da giesta e do pinheiro, sendo eu a giesta, estaria plenamente de acordo. Acontece que já não pertenço à geração do emprego para toda a vida, da casa para toda a vida, do fato para toda a vida, das ideias para toda a vida. E estas, mais cedo ou mais tarde, percebe-se que são ferramentas para um sentido ou para uma convicção. Se for preciso actualizá-las, tanto melhor. Claro que dá mais trabalho. Seja como for, no grupo surgido à volta do "Manifesto de Euston" e na filosofia política de Anthony Giddens, que inspirou a terceira via de Blair, encontrará o meu horizonte político-ideológico actual. No binómio identidade / transgressão o tema único que aplico à arte. Bom Natal.
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