Está disponível, desde quinta-feira, a edição de Setembro da revista "LER". No interior, chamo a atenção para a fabulosa entrevista de Eduardo Lourenço conduzida por Carlos Vaz Marques, com o subtítulo "Estou em dívida para com a humanidade inteira". O autor fala de si, das tertúlias literárias que conheceu, das influências, da actualidade e dos livros, na perspectiva da sua substituição por novos suportes. Felizmente, parafraseando Mark Twain, as notícias acerca do fim dos livros são completamente infundadas. Ou como afirma E.L., "há sobretudo esse tempo que é transportado fisicamente pelos livros. Esse pó que fica nos livros. O pó do tempo. Nos novos instrumentos não haverá pó. (...) Porque o relacionamento com os livros torna-os bocados de nós próprios. São as tábuas privadas das nossas leis. As escritas e as não escritas." Corram a ler. Neste número, destaque ainda para o comentário de Osvaldo Sivestre à recente edição de "O Homem sem Qualidades", de Musil, com tradução de João Barrento, as crónicas de Pedro Mexia, José Mário Silva e sobretudo de Filipe Nunes Vicente. Onde nos fala de Bulgakov, da vulgarização dos "vícios" e do porquê do proibicionismo. A ler a "ler". Pois.
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