Os tiros continuam a ouvir-se no Cáucaso. A Rússia entrou a matar e não admite que a Geórgia toque nos "seus" enclaves da Ossétia do Sul e da Abcásia. Não obstante pertencerem à Geórgia, o facto da população russa estar em maioria dá poderes acrescidos a Moscovo. Durante anos, Putin tem engolido em seco o facto do alargamento da NATO estar a aproximar-se das suas fronteiras. A Geórgia deu-lhe uma oportunidade de ouro: ajustar contas. Agora a Rússia marca a sua posição e trava a "ofensiva ocidental". Putin está não só a saldar contas com o Ocidente mas também a exigir cautela às "ovelhas negras" que mudaram de campo. A Geórgia está na berlinda e vai ser moeda de troca. A União Europeia apenas tem a diplomacia. A Rússia tem tanques no terreno e em actividade. De acordo com os últimos desenvolvimentos, as tropas russas já entraram em território da Georgia e ocuparam a cidade de Senaki. Entre os apelos da União Europeia e as ameaças dos Estados Unidos, a Rússia conquista posições. Quando os protestos internacionais tomarem uma dimensão global, aí a pressão abranda mas Moscovo vai impor condições. No meio disto tudo, vem à memória a questão chechena. O que a Rússia aí fez é indescritível. O que a Rússia pode fazer na Geórgia é melhor nem pensar.
Nota: sobre o assunto, recomendo a leitura de "O Urso Ferido", por Bruno Alves.
Sem comentários:
Enviar um comentário