Nunca me arrependi de ter tomado aquela, ou esta, ou outra qualquer decisão. Desde que tenha implicado uma escolha entre várias possíveis, é claro. Porque era a que estava certa, naquele momento. Era essa, e só essa, a que a minha natureza profunda não pôde suster. Ou que um impulso vigoroso projectou para a ribalta. Ou, quando o gesto amplo que se lhe seguiu, acabou por cegar a hesitação e a dúvida que se lhe opunham. Ou quando a tibieza, não poucas vezes, impôs o seu catecismo. Ora, todas elas estão certas, porque todas se resolveram naquele momento, foram produzidas para aquelas circunstâncias, utilizando um termo caro a Ortega y Gasset. Outra questão, muito próxima, mas avaliada por outra unidade de medida: será que esses momentos de liberdade conduziram a resultados certos ou errados? Ir por aí é um caminho ingrato. E porventura inútil. Se um resultado se apresenta como negativo, nada a fazer. A não ser alterar as causas, para que outros semelhantes não se produzam.
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