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sexta-feira, 16 de maio de 2008

Acordo Ortográfico? Não, obrigado! (6)

1º Ao contrário do que dizem os defensores do Acordo, discordo que haja letras que não servem para nada. No caso das consoantes mudas, elas existem precisamente para "abrir" a vogal imediatamente seguinte ou anterior. O seu desaparecimento vai levar a absurdos, do ponto de vista fonético.
2º Por outro lado, é verdade que a reforma de 1911 eliminou muitos arcaísmos. Mas fê-lo numa perspectiva de aperfeiçoamento linguístico e não como um trunfo político e diplomático, ou mera cedência a interesses comerciais.
3º No mundo da informática, já se instalou a norma da existência de duas variantes do português, pois a maioria dos programas e dos sistemas operativos dispõe dessa opção.
4º A convergência dos CPLP é desejável, mas não acredito que seja uma prioridade para a comunidade, a não ser para o Brasil, por razões geo-estratégicas.
5º Por outro lado, existe um exemplo paradigmático - o inglês - que desaconselha a unificação por via administrativa. Os EUA, pelas razões que se conhecem, cimentaram a posição dominante do inglês como língua global. O léxico e a ortografia dos dois lados do Atlântico apresenta diferenças assinaláveis. No entanto, num feliz exemplo de pragmatismo anglo-saxónico, encarou-se tacitamente o facto como uma oportunidade de enriquecimento e expansão, da língua, sem a desvirtuar. Até porque, a norma culta continuará a ser sempre a britânica. Algo que o as editoras sabem muito bem.

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