Hoje dei pelos sinais de alarme: ando a sofrer de menos. É que, de acordo com uma antiga estatística panglossiana, é necessário que mantenha os índices de sofrimento em alta, para poder pensar "como deve ser". Basta distrair-me um bocadinho, acreditar na felicidade, ou coisas desse género e pronto. É o desmentido, em toda a linha, do célebre refrão que nega o machado que corte a raiz ao pensamento. Portanto, nada de desconcentrações. "Depois queixa-te!", ouço sussurrar, no fundo do bosque, a voz da consciência. Nem mais.