Conhecem-se os expedientes utilizados pela maioria da imprensa para forçar o sangue, o suor e a lágrima. Nem falo, sequer, daquela a que se convencionou chamar de sensacionalista. Essa já nada esconde, seja o resultado, sejam os artifícios. Não! Refiro-me a um nicho particular, com alguma expressão no nosso país: a imprensa local. E dentro desta categoria, àquela que, quase sempre, concilia o proverbial paroquialismo e o recurso aos métodos da pura propaganda. Soube hoje de uma situação que ilustra perfeitamente esta tese. Em conversa informal, um colega de profissão comentou um caso em que tinha intervindo, relativo a uma rixa entre vários estudantes do secundário, num estabelecimento nocturno da Guarda. Que incluía queixas cruzadas e vários pedidos de indemnização. Uma vez que os envolvidos provinham de uma faixa social, digamos, "importante", o caso adquiriu alguma notoriedade mediática. De tal forma que, segundo me informou, foi contactado insistentemente por um jornal local - se insistirem muito, digo o nome - para um pequeno depoimento sobre, imaginem, a violência nas escolas. Exactamente. Não acreditam? Pois é mesmo verdade.