Recebi há pouco um email que reza assim: "O mandatário judicial português Januário Lourenço, em conjunto com uma empresa de tecnologias da justiça sediada na Inglaterra, acaba de lançar o portal Divórcio na Hora, dando início a uma nova era de desmaterialização do requerimento de divórcio tradicional em papel." E mais à frente: "O Divórcio na Hora consiste num requerimento electrónico de divórcio que permita a dois cidadãos requerer o seu divórcio por acordo, por via electrónica e fazendo uso das tecnologias já existentes e do CC (Cartão do Cidadão), com igual valor legal que o requerimento em papel com assinaturas a caneta." É claro que o sistema só funciona não havendo acordos de regulação do poder paternal, alimentos ou partilha de bens. Mais à frente esclarece-se que o autor do projecto é especialista em direito do ciberespaço. Olha que bem! Também quero! Mas em verdade vos digo, meus irmãos: fiquei deveras impressionado. De tal forma que estou a pensar em casar, só para ver se este simplex funciona. Em tempos já me passou pela cabeça essa ideia peregrina. Na altura, o móbil do crime era vir a beneficiar da ADSE para arranjar os dentes, sistema de que a putativa noiva era utente. Mas na manhã seguinte olhei para o lado e desisti.
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