Segundo a edição de hoje do "Público", "Cerca de 43 mil licenciados trabalham em áreas de baixa ou sem qualificação". Mais à frente, informa que "no ano passado 7200 pessoas com formação académica superior estavam empregadas em trabalhos não qualificados. Vendedores por telefone ou em trabalhos ao domicílio, pessoal de limpeza, lavadeiras e engomadores de roupa, empregadas domésticas ou estafetas são alguns dos exemplos constantes da lista de trabalhos não qualificados, segundo a classificação nacional de profissões." Isto apesar do número de cidadãos com formação académica superior ter duplicado de 1979 para cá, cifrando-se hoje numa taxa de 13%, metade da média europeia. Portanto, os teóricos da revolução cultural chinesa têm algumas razões para sorrir. A conhecida prática da reeducação dos intelectuais, pelos vistos, fez escola. Só que, desta feita, sem um grande educador das massas a superintender. Quer-me parecer, no entanto, que Sócrates tem o perfil adequado para a tarefa. Sim, o mesmo que declarou recentemente "Nós queremos um país que dá oportunidades aos jovens."