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No referendo sobre a regionalização, em 1999, fiz campanha contra. Como se lembram, o retalho a granel na Nação proposto por meia dúzia de luminárias foi inequivocamente chumbado, uma vez que o eleitorado sabiamente rejeitou a abencerragem que lhe foi apresentada. Ora, as razões dessa posição mantêm-se: quer económica, quer política, quer administrativamente, a criação de regiões nada resolve no nosso país. Só serviria para criar mais uma estrutura burocrática intermédia que desse emprego ao pessoal político sem ele. Se nas autarquias abundam os caciques, com as regiões teríamos mega-caciques, tipo Jardim, Loureiro e afins. De resto, não é por nada que os grandes defensores da regionalização estão no Porto, onde não descolam do costumeiro discurso bairrista e provinciano. Essa guerra Lisboa-Porto é uma luta de galos que o resto do país se habituou a olhar com desdém. A solução para a macrocefalia e o distanciamento dos órgãos decisores em relação à realidade está na desconcentração e não na descentralização. Um bom Manual de Direito Administrativo explica estes dois conceitos. Aceitaria de bom grado um figurino de 5 regiões, correspondendo às actuais CCRs, como parece estar neste momento em discussão. Por outro lado, isso da "Beira Interior" é um mito criado para servir os intuitos expansionistas de interesses económicos e políticos ligados à Covilhã e alimentado por alguma comunicação social local, como se sabe.
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