Inserido na tristemente célebre estratégia festiva inspirada no lema "dar ao povo o que o povo gosta", a Câmara da Guarda brindou-nos com uma "recriação" da Feira de S. João. A ideia é boa. Mas uma produção destas deveria ser pensada em moldes completamente diferentes: desde a concepção do espaço, ao tipo de animação, à consultoria histórica (o que inclui a recolha de tradições musicais, poéticas e lúdicas associadas) à divulgação, à capacidade de mobilização dos recursos locais, parece que tudo foi pensado em cima do joelho. É bom não esquecer o significado desta feira para a cidade. Trata-se do acontecimento deste tipo mais antigo da região. Criada em 1255, foi desde cedo fundamental para a afirmação e crescimento da Guarda, a ela acorrendo milhares de pessoas. Neste caso, a ambição demonstrada não foi além do que se faz (melhor, ainda por cima) um pouco por todo o lado, sobretudo em localidades da região, ao nível da recriação histórica. Sem qualquer marca distintiva e suficientemente apelativa para atrair visitantes a nível nacional.
É o que dá o amadorismo...
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