As eleições no Instituto Politécnico da Guarda tornaram-se assunto "de Estado" neste recanto de província de uma país cada vez mais provinciano. Toda a gente "importante" toma posição, com a adrenalina de quem quer apostar no cavalo certo. Há até quem faça apostas múltiplas. Os gladiadores vão tomando posição, num despique semelhante ao tradicional duelo crepuscular num qualquer Western que se preze. Acredite-se ou não, aqui a luta é mesmo pela sobrevivência. Em confronto, pois patuscos pistoleiros, do tipo sempre em pé. No activo de ambos - embora com antecedentes arrasadores - a descredibilização do IPG. Imaginemos então, por hipótese, dois personagens. O primeiro é pequeno e burguês. O eterno amanuense, às voltas com a ultrapassagem vertiginosa do princípio de Peter. Em matéria de apego ao poder, pertence à família das lapas. Só para dar uma ideia, focalizemos o Silva das Finanças, que corta as unhas à janela ao fim da tarde e vai olhando de soslaio para a janela da vizinha. O segundo pertence à sub-espécie dos self-made manos. No dia 15 de Fevereiro de 1999 foi alegadamente visto a ler um livro. Ficaria bem como polícia de giro em qualquer cidade guatemalteca. Ou como proprietário de um peep show. Et voilá, aqui têm o quadro completo. Pela minha parte, se tivesse que escolher, meteria atestado médico.
Boa caracterização. Que só pecou por defeito, pois o retrato real é bem mais sinistro. O IPG deveria ser encarado como um case study a nível mundial. O triunfo em toda a escala da mediocridade, do favoritismo, do compadrio, da incompetência, da inveja e da mesquinhez. O pior que pode acontecer num sítio destes é alguém destacar-se pela positiva, por mérito próprio...Uma vergonha.
ResponderEliminarMas nada do que relata existiria se por trás não houvesse eminências pardas que obstaculizam, criam redes de maldicência, promovem incompetentes, defendem com unhas e dentes níveis aceitáveis de mediocridade. Esses sim, são os verdadeiros exércitos das trevas.
ResponderEliminarEu apostei no "Tundherbird", que corre na pista 2. Lolol!
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ResponderEliminarPara quem conheceu outras realidades, tudo isto não passaria de fait divers paroquial. A única questão que realmente me preocupa é a "ipegização" da cidade. Isto é, o grau zero do debate político e científico - substituído por um clima de intriga,de suspeição permanente - vir a espalhar-se pela cidade, como uma pandemia.
ResponderEliminarOutro dia passou-me pelas mãos o trabalho final de licenciatura de um grupo de alunos do curso de Comunicação do IPG. Há muito que não via tal profusão de erros ortográficos, tão sofrível construção frásica, tal desesperante limitação vocabular. Mesmo não desconhecendo que o exemplo não é inédito, espreita o sinal inconfundível da incompetência, do desleixo, do empobrecimento da linguagem, do facilitismo e de um equívoco monstruoso onde ninguém ousa tocar.
ResponderEliminarE as pandemias dos sugadores das energias alheias? De intriga em intriga, sem olhar a meios, continuam na luta virulenta da destruição do outro, dos outros e das instituições.
ResponderEliminarMomento Zen
Fundamentalmente, os outros são sempre os malfeitores.
Não nos admiremos que os alunos de Comunicação social dêem erros ortográficos. Um dos professores deles é conhecido por dar pontapés na gramática, o que não o impediu de fazer um curso e orientar várias disciplinas, sendo que para algumas delas nem sequer tem habilitações. Não se admirem se chegar longe, com os padrinhos que tem. Por alguma razão foi parar ao IPG.
ResponderEliminarAnónimo/a das 12:13:
ResponderEliminarDevo dizer-lhe que raramente respondo a anónimos. E muito menos a anónimos que, como no seu caso, em vez de ideias ou factos, relativos à postagem em causa, lançam postas de pescada para o ar, pretendendo com isso criar um processo de intenções que atribuem ao autor. Além disso, dirigir-me a um anónimo das tantas horas parece que estou a dirigir-me a um comboio. Ora, sendo crível que ainda não cheguei a esse ponto, nem sequer a uma amena e nitzscheana cavaqueira com um cavalo, serei breve quanto baste. Isto para dizer o seguinte: há sítios onde a intriga é o modo normal de afirmação dos medíocres. Ela está lá, é-lhe inerente, é uma segunda natureza. Esses locais criam os seus próprios vícios. Não precisam da ajuda nem do impulso exterior. Como qualquer cidadão, quero ver o dinheiro dos seus impostos utilizado em serviços públicos (ensino incluído) de qualidade. A crítica à bandalheira que se vive no IPG nasce daí e não de qualquer propósito pessoal ou destrutivo. Quando digo "bandalheira" é porque os números são reveladores: o IPG está no fundo do ranking nacional dos politécnicos. A realidade é dolorosa, eu sei. Mas, pelos vistos, continua a ser mais fácil tentar silenciar quem aponta o dedo do que fazer uma saudável autocrítica. Andaria melhor eo anónimo em se congratular com o facto de alguém exercer a sua cidadania de forma acutilante,sem se esconder e sem com isso obter qualquer benefício.
Depreendo que prefere manter a "bandalheira" no segredo dos deuses, vedada ao escrutínio público. Como se o IPG fosse controlado por uma seita que, dos bastidores, apadrinha quem quer e ostraciza quem pode.
"Luta virulenta"? "Destruição do outro, dos outros, das instituições?" Que filmes anda a ver, caro/a anónimo/a? Não sei porquê, mas suponho que tem abusado dos filmes de acção...e de intriga.