O "Combustões" não pára de me surpreender no melhor sentido. Desta vez, o assunto é o mobbing. Sabem o que é? Primeiro fui ver aqui: qualquer comportamento abusivo (assédio moral, violência emocional, bullying) traduzido em palavras, actos - ou sob qualquer outra forma de comunicação individual - que poderão afectar negativamente a dignidade física / mental ou a integridade de uma pessoa, a realização de actividades no contexto de uma função ou um determinado ambiente de trabalho. Como se nota, o conceito é, por si, demasiado impressivo para se circunscrever à esfera das relações laborais. E é nessa abrangência que o texto do blogue se situa:
É uma prática bem portuguesa, ao contrário do que muitos poderão pensar. Aqui não se mata ninguém no Forum; as pessoas são "desaparecidas" por processos mágicos. Deixam de ser convidadas; depois, deixam de ser referidas, não aparecem nas reuniões, corta-se-lhes uma fatia do salário, depois outra e, finalmente, desaparecem. Um dos mais praticados processos de destruição de identidade pública leva, sintomaticamente, um designativo que poucos conseguirão identificar: mobbing. (...) é uma prática complexa, tão complexa que raramente se conseguem reunir provas que confirmem a sua existência; daí que seja um dos expedientes mais usados num país onde a cobardia prevalece. Meias-palavras, uns pós de intriga, uma pitada de difamação, muita invejazinha, medíocres e tolos à mistura e, pronto, uma vítima isolada, denegrida, intimidada e "desaparecida". Este processo campeia nos ministérios, nas universidades, nas câmaras, nas empresas públicas e privadas. Praticam-na, sobretudo, os desclassificados trabalhando em rede, os tolos ciosos das suas quintas e campanários, os descerebrados e incapazes aterrados pela perspectiva de se baterem contra homens (e mulheres) dotados de coluna vertebral, princípios e capacidade de realização.
O termo designa pois o repositório de toda uma série de vícios culturais - a inveja, a "cunha", o compadrio, o favoritismo, a mediocridade como bitola normalizadora - e não só os seus efeitos devastadores para a dignidade pessoal dos lesados, para o bom funcionamento das instituições, a competitividade das empresas e a qualificação do país.
O termo designa pois o repositório de toda uma série de vícios culturais - a inveja, a "cunha", o compadrio, o favoritismo, a mediocridade como bitola normalizadora - e não só os seus efeitos devastadores para a dignidade pessoal dos lesados, para o bom funcionamento das instituições, a competitividade das empresas e a qualificação do país.
Bem visto. Este é um sintoma infalível dos avanços da "mediocracia".
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