Chama-se 2007 Mayday. Numa cultura de "valores seguros" e onde o espaço público se reduziu a um epifenómeno, é deveras estimulante ver aparecer esta iniciativa, mobilizadora e interventiva quanto baste. Como já aqui referi, torna-se absolutamente necessário o aparecimento de movimentos sociais criativos, que desdenhem os benefícios difusos e o folclore de um sistema de emprego "trancado". Numa altura em que as oportunidades reais criadas pelo sistema de ensino - que se vangloria de uma escolaridade obrigatória de mãos dadas com a iliteracia - são reduzidas. E em que os sindicatos mantêm o seu autismo, vivendo amarrados a velhas lógicas e ao interesse dos seus filiados, completamente desligados deste "novo protelariado" onde germina a criatividade das grandes lutas do Século XXI. Pois é mesmo disso que se trata.
A propósito, escreveu Gonçalo Reis no último número da revista "Atlântico": Todo o sistema político português - político, económico, social e cultural está desenhado para a vã glória dos instalados. Quem já tem um lugar na carruagem segue viagem, mesmo se em velocidade lenta e sem destino. Mas chegou a hora de incorporar os jovens, os recém-qualificados, os que ambicionam fazer diferente, os outsiders, os que não gozam de privilégios. (...) A resposta convencional do sistema, de todos os governos, tem sido manter este colete de forças, este regime de respeitosa protecção do imobolismo, ao mesmo tempo que, por descargo de consciência, se anunciam permanentemente "políticas para a juventude", Mas esta postura já não passa. Os jovens não querem ajudas laterais, aguardam possibilidades concretas.(...) As gerações emergentes estão ansiosas por rebentar as costuras que toldam a modernidade - a iníqua legislação laboral, as restrições à concorrência, o clientelismo numa administração pública que insiste em não mudar. (...) É por isso que a agenda do futuro caberá não aos que se limitam a proteger, mas aos que apresentarem soluções para libertar a sociedade civil, não aos que teimam em residir num ambiente fechado, intervencionista e burocrata, mas aos que abrirem alas às forças vivas, substituindo a cobertura da velhas benesses pela lógica das oportunidades reais.
Efectivamente, os aparelhos de controle e reprodução dos privilégios, maxime o Estado, os partidos, os sindicatos, continuam a deliquescer e a petrificar-se em simultâneo, continuam numa rota em que uma rigidez histérica serve só para mascarar a vacuidade, o abismo. Portanto, se em vez da mediocridade bem relacionada, for premiado o mérito e a imaginação, à medida que o poder “desaparece”, a nossa vontade de poder deve ser o desaparecimento.
A propósito, escreveu Gonçalo Reis no último número da revista "Atlântico": Todo o sistema político português - político, económico, social e cultural está desenhado para a vã glória dos instalados. Quem já tem um lugar na carruagem segue viagem, mesmo se em velocidade lenta e sem destino. Mas chegou a hora de incorporar os jovens, os recém-qualificados, os que ambicionam fazer diferente, os outsiders, os que não gozam de privilégios. (...) A resposta convencional do sistema, de todos os governos, tem sido manter este colete de forças, este regime de respeitosa protecção do imobolismo, ao mesmo tempo que, por descargo de consciência, se anunciam permanentemente "políticas para a juventude", Mas esta postura já não passa. Os jovens não querem ajudas laterais, aguardam possibilidades concretas.(...) As gerações emergentes estão ansiosas por rebentar as costuras que toldam a modernidade - a iníqua legislação laboral, as restrições à concorrência, o clientelismo numa administração pública que insiste em não mudar. (...) É por isso que a agenda do futuro caberá não aos que se limitam a proteger, mas aos que apresentarem soluções para libertar a sociedade civil, não aos que teimam em residir num ambiente fechado, intervencionista e burocrata, mas aos que abrirem alas às forças vivas, substituindo a cobertura da velhas benesses pela lógica das oportunidades reais.
Efectivamente, os aparelhos de controle e reprodução dos privilégios, maxime o Estado, os partidos, os sindicatos, continuam a deliquescer e a petrificar-se em simultâneo, continuam numa rota em que uma rigidez histérica serve só para mascarar a vacuidade, o abismo. Portanto, se em vez da mediocridade bem relacionada, for premiado o mérito e a imaginação, à medida que o poder “desaparece”, a nossa vontade de poder deve ser o desaparecimento.
Afinal os situacionistas tinham razão...
ResponderEliminarGil:
ResponderEliminarSimplesmente brilhante