"As Vidas dos outros" (Das Leben der Anderen), 2006, de Florian Henckel von Donnersmarck
A cinematografia alemã tem vindo a recuperar temas do seu passado recente. Como exemplos, A Queda – Hitler E O Fim Do Terceiro Reich (2004), de Olivier Hirschbiegel, Sophie Scholl – Os últimos dias (2005), de Marc Rothemund ou Adeus, Lenin! (2003), de Wolfgang Becker. Mas é sobretudo em relação a este último, que retrata as dificuldades de adaptação pós-unificação, que a diferente perspectiva de onde parte este excelente "As Vidas dos Outros" mais se faz sentir:
1984, Alemanha de Leste. Cinco antes antes da Glasnot e da queda do Muro, a população é mantida debaixo de controlo pela Stasi, polícia secreta alemã. A missão da Stasi é apenas uma: saber tudo sobre a vida de todas as pessoas, através de uma vasta cadeia de informadores/denunciadores. O filme acompanha a gradual desilusão do Capitão Gerd Wiesler, um oficial altamente credenciado da Stasi, cuja missão é espiar um famoso escritor, George Dreyman, e a sua esposa, a actriz Christa-Maria Sieland. Segundo o realizador, no filme "cada personagem coloca questões com as quais nos confrontamos todos os dias: como é que lidamos com o poder e com as ideologias? Seguimos os nossos princípios ou os nossos sentimentos? Mais do que qualquer outra coisa, é um drama sobre a capacidade dos seres humanos fazerem o que está certo, não interessa até onde foram no caminho errado". Nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, "As Vidas dos Outros", conquistou três Prémios do Cinema Europeu: Melhor Filme, Melhor Actor e Melhor Argumento e o Prémio do Público nos festivais de Locarno e Vancouver.
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