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sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

Uma torre se erguerá do fundo

Não: uma torre se faça do meu peito
e eu próprio seja posto à sua beira:
onde nada mais há, haja ainda uma vez dores
e inefabilidade, mais uma vez mundo.

Mais uma coisa só no desmedido.
que se faz escura e de novo se ilumina,
mais uma última, ansiosa face,
que no exílio nunca se apaziguará,

mais uma extrema face de pedra,
perante a sua gravidade curvada,
que as amplidões, que serenamente a aniquilam,
obrigam a ser sempre mais feliz.


Rainer Maria Rilke (tradução: Paulo Quintela)

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