Ainda não começou a campanha para o referendo sobre o aborto e já a minha paciência com uma parte deste país engravatado que, por descuido, se assoa à gravata ( não é, O'Neill?) começa a esgotar-se. Há um mês atrás, expus aqui essa relação perversa entre o pânico vivido por muitas mulheres trabalhadoras em serem despedidas, em caso de gravidez, e certos defensores do "não". Quando estive um ano no sector informativo de uma delegação da Inspecção Geral do trabalho, deparei-me com essa situação dramática repetidas vezes. Em que muitas foram realmente despedidas por essa razão. Na maioria dos casos por desgaste promovido pela entidade patronal. Acontece que aqueles que as despedem, de facto, são os mesmos que - públicas virtudes - defendem o "não". Enquanto as respectivas mulheres dão um "pulinho" até Espanha. E não é para comprar caramelos. A produtivididade a todo o custo do capitalismo - na sua versão de patrão tiranete luso - aliada ao beatério é um dado que me escapava. Até agora. Eis senão quando leio hoje um post de João Villalobos no Corta-Fitas, atráves do qual fiquei a saber que a Igreja, a propósito do "não", anda a publicitar rosários pagos mediante «donativos a 10 euros». Pelo vistos, esta campanha vai ser dura. Como o foi a luta contra as indulgências, há quinhentos anos.
PS: eis mais um exemplo do desespero pela míngua de razões revelado pelos defensores do status quo.
PS: eis mais um exemplo do desespero pela míngua de razões revelado pelos defensores do status quo.