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terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Portugal à sombra

Avançando a passos largos para a incerteza, o país agita-se e pasma com as revelações sicilianas de Carolina. Nem Camilo poderia ter imaginado tal enredo. A incrível ERC (da Comunicação Social), uma entidade supostamente isenta, lança um comunicado inqualificável, dando lições de moral ao Director do "Público". Espera-se que, depois disto, o último a sair desta coisa apague a luz. O sistema "cinema em casa" e mais uns tarecos do sr. Veiga regressando ao lar tiveram cobertura televisiva nacional. Paulo Bento continua no seu melhor. Luis Filipe Menezes convoca uma reunião do Conselho Nacional do PSD para dizer cobras e lagartos do seu vizinho autárquico. Que entretanto "deu" de mão beijada o Rivoli à produtora de Filipe la Féria. O Benfica lá acabou com três golitos. Desta vez na baliza contrária. Na reforma das custas judiciais, o Ministro da Justiça, disfarçado de Zorro e de espada em punho, pretende que "quem ganhe em tribunal não paga advogado. Além das custas habituais dos processos, quem perder um caso em tribunal terá de pagar uma fatia dos honorários do advogado da parte adversária". Ver aqui. O delírio tecnocrático no seu auge!
A boa notícia é a nomeação de Maria José Morgado para coordenar a investigação do Apito Dourado. Uma decisão corajosa do novo PGR, que coloca a mulher certa no local certo. O relativismo ético que tomou conta do País é um encorajamento à corrupção, de que o futebol é um autêntico "saco azul". Agora acabaram os paninhos quentes. Vá-se até onde fôr preciso para apurar a verdade.


Publicado no jornal "O Interior"

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