a minha força são dois ocultos
dardos diamantinos,
confundo o trovão longínquo
com o respirar da casa paterna,
nós cegos numa trança de músculos,
e na noite não brilham mais
as asas do meu dorso:
na festa, como uma vela, me consumi.
se ao crepúsculo apanharem a minha derretida cera,
esta página dir-vos-á o segredo do choro e do orgulho,
como
ao repartir a última porção de felicidade
morremos em levitação
e no abrigo de um tecto ao acaso
nos acendemos póstumos
como uma palavra.
in Labirintos
Este é o poema final, não é?
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