O post anterior não é inocente. Revela a excelência de um evento cultural com características marcadamente de Verão, organizado com o propósito de alcançar um público vasto, mas sem quaisquer concessões ao mainstream, conciliando as mais-valias locais com uma programação exigente.
Ora, isto para antecipar que este ano vai haver Festas da Cidade na Guarda. Depois de um jejum de 5 anos, pelas razões conhecidas. Da programação ressalta o óbvio: uma amálgama de pimba e folclore, caucinada por dois espectáculos "âncora": os GNR e Luís Represas. Não é difícil depreender, pela sua coerência, que na programação original não constavam estes nomes, "metidos" posteriormente para compor o ramalhete. Isto após as reacções públicas desancadeadas pelo anúncio da realização das Festas e respectiva justificação, por parte da Câmara Municipal.
Não discordo que haja "Festas na Cidade". Este tipo de acontecimentos faz parte da agenda da maioria das localidades com alguma dimensão deste país. Já se me afigura errado que a oferta que integra a programação não seja pautada pela diferenciação, contrariando a costumeira uniformização. Por outro lado, se as festas são populares, então haveria que nelas mobilizar as colectividades e os cidadãos que espontaneamente se organizassem, à semelhança do que aconteçe noutras cidades. E o local escolhido - Parque Municipal, com alguns espectáculos na Praça Velha - não me parece o mais indicado, sem que se tenha tirado partido da requalificação do centro Histórico, ao abrigo do programa Polis. Quanto à divulgação, revelou-se de um amadorismo desconcertante: o cartaz é graficamente pobre e quase ilegível e não há qualquer informação disponível online, até agora.
bem gizado este post. o cartaz é mesmo uma lástima.
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