com teu cabelo à lua.
Não me vou daqui embora
sem levar uma prenda tua...
Naquela noite de domingo, o feitor da Quinta das Rolas aproveitou o magnífico luar de Verão para desenferrujar as pernas. Um cheiro muito forte e indefinido estava a guiá-lo para os lados do solar do Côto. Um cheiro que ele bem conhecia, mas não tão intenso. Mal chegou, apercebeu-se de que o enorme portão de ferro estava aberto e, logo à frente, do que parecia ser uma cratera de uma explosão. Avançou. No centro, um vulto colado ao chão, rodeado de pedras que tinham sido derrubadas do muro. A coisa estava para quem tivesse sangue frio, como ele. Aproximou-se. O corpo estava desfigurado. A custo, lá conseguiu reconhecê-lo. Cruzes canhoto, era o filho do patrão! O que é que houve aqui?
Como toda a gente na aldeia, bem sabia que o solar era habitado pela única herdeira, cuja beleza só era igualada pelo mistério em que vivia. Segundo diziam, entre outras bizarrias, tinha a casa cheia de recordações de todo o tipo que o pai tinha trazido da guerra do Ultramar. Examinou o corpo. Do bolso interior do casaco retirou uma folha de papel. Ainda se podiam ler os versos, escritos à mão, para a sua amada...
Ver anterior
Como toda a gente na aldeia, bem sabia que o solar era habitado pela única herdeira, cuja beleza só era igualada pelo mistério em que vivia. Segundo diziam, entre outras bizarrias, tinha a casa cheia de recordações de todo o tipo que o pai tinha trazido da guerra do Ultramar. Examinou o corpo. Do bolso interior do casaco retirou uma folha de papel. Ainda se podiam ler os versos, escritos à mão, para a sua amada...
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Boa! O absurdo é um sintoma de modernidade
ResponderEliminarIsto promete...Parecem os "Contos do Imprevisto"
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