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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Breves (2)

1. O Ministério Público prevê para este ano um aumento da criminalidade violenta. Jurem! Pensem bem! O que levou à crise não foi também uma forma de criminalidade? Suave, asséptica, pautada pelo rito oficial da democracia, ou seja, o sorriso regulamentar dos políticos. Dotada de um perfume hedonístico como álibi perfeito. Com carta branca para actuar, depois de anos e anos em que o bom povo, comovido com o anúncio da boa nova, deu o voto a quem pagaria os cheques e uma ilusão de prosperidade. Só espero que esta nova criminalidade, ao contrário da outra, não fique impune.
2. A polémica nomeação de Celeste Cardona para o C.G. da EDP já motivou uma reacção da visada. Ora, em jeito de balanço existencial, a criatura diz que “não foi ministra”, simplesmente desempenhou “um cargo ministerial”, não foi banqueira, “trabalhou na sua área de especialidade na CGD” e “não será conselheira da energia”, mas irá tão só "exercer as competências previstas no Regulamento do Conselho Geral da EDP". A jeremiada impressiona, mas não comove uma pedra, nem faria nascer no regaço de Isabel de Aragão uma única rosa. “En passant”, é bom lembrar que, no desempenho das supracitadas funções ministeriais na pasta da Justiça, esta senhora, autêntico gremlin da política nacional, cometeu o maior crime de lesa majestade na área, desde os memoráveis tempos do prof. Varela opinando sobre a dissolução dos costumes devida ao surgimento do divórcio em 1977. Refiro-me à reforma da acção executiva, hoje transformada num pantanal povoado por crocodilos vorazes (os agentes de execução) e de onde é muito difícil sair. A nova conselheira é pois um caso de sucesso. Provando que a estupidez, para além de atrevida, também é multidisciplinar no seu "desempenho".

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