Um anónimo comentador ambientalista fez o obséquio de deixar por aqui um recado caricatural, a propósito do meu mais recente e precioso gadget, na gama dos electrodomésticos. Já adivinharam do que se trata? Isso, precisamente, a maquinazinha Nespresso! Pois! What else é a hamletiana questão do Clooney e não sem alguma razão. O caso é que o texto se fez anunciar no tom admonitório, próprio, digamos, de uma bula papal. Convidando-me à expiação, por viscosa cumplicidade com os pecados monstruosos praticados pela multinacional em tropicais paragens. Apontando-me a autoria moral da "imperialista" agressão infligida aos indígenas nas colmeias industriais em terras confucianas. Associando-me à excruciante pegada ecológica e social deixada pela corporação helvética no planeta! Alertando-me, enfim, para a evidência de que, nesta matéria, não existe nem sombra de homenagem que o vício possa prestar à virtude. Ah, que fui fazer? Ah, "erros meus, má fortuna, amor ardente". Como foi possível? Para trás, "Vollutos"! Vade retro,"Arpeggios"! Em guarda, "Ristrettos"! Sumam, "Indriyas"! Vão para donde vieram, "Capriccios"! E sem olhar para trás! Vá, desapareçam, mafarricos! Eu vos esconjuro, criaturas das trevas! Em boa hora alguém zelou pelo meu bem-estar! No momento certo, voz atenta apelou à contrição e ao jejum! E se ainda não chegar, venham os cilicios e os chicotes! Para a frente com as penitências e as excomunhões!
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