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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Breves (1)

1. Talvez graças a algum desígnio celeste, as edições dos jornais "A Bola" e "Record" do dia 16 deste mês tinham exactamente o mesmo título em destaque na capa: "O título por um canudo". A notícia referia-se ao jogo do dia anterior entre Braga e Sporting. O propósito, como já adivinharam, foi óbvio: criar um trocadilho de circunstância. Coincidência? É pouco crível. Ou seja, tão provável como acertar no euromilhões à 1ª. Concorrência desleal? Conhecerem ambos os directores as capas do concorrente e lançaram-se numa corrida frontal para ver quem se desviava 1º do choque? Será que os respectivos corpos redactoriais têm poderes telepáticos? Simples incompetência? Falta de imaginação? Aceitam-se mais sugestões...
2. A sigla SOPA designa uma proposta que recentemente foi rejeitada no Congresso americano, onde seria permitido às autoridades federais encerrarem sites, imporem regras apertadas ás redes sociais e devassarem o tráfego na Web, sob o pretexto da luta contra a “pirataria”. Um vídeo ilustrativo pode ser acedido no Youtube, em . A proposta em discussão revela todo um programa. No limite, um angélico clip de um bébé editado no Youtube pode ser censurado só porque se ouve uma música de fundo protegida por "direitos" de "autor". É a permissão para actuar dada a um novo Santo Ofício cibernético, que vela pelos interesses pouco santos da indústria de conteúdos. É o terror, a delação, a auto-censura, a vigilância dos novos zelotas que irão pôr em causa a própria internet. A fome de lucros da indústria encontrou um aliado precioso na agenda oculta do Poder. Nunca como neste caso ficou tão nítida a divergência entre a partilha livre de ideias, acções e objectos de cultura e os interesses das multinacionais e seus capatazes encarregues do lobbing. Depois desta tentativa abortada, o Megaupload (o maior sítio de descargas da web) foi encerrado por ordem do Estado da Virgínia, a pedido da holding Universal. As corporações não desmobilizam, como se vê. Todavia, no final, ver-se-á quem ganha a guerra.


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